sinais de alerta

Afinal, quando devemos nos preocupar a respeito do desenvolvimento infantil? Existem parâmetros sobre o que é esperado no desenvolvimento da linguagem de acordo com a idade do bebê/criança.

Quando percebido que a criança não corresponde a essas expectativas do desenvolvimento é importante que um fonoaudiólogo seja procurado para uma avaliação. Separamos alguns dos principais sinais de alerta que merecem nossa atenção, pois a presença dessas manifestações podem indicar alterações da fala, comunicação e/ou linguagem.

No mais, é importante ressaltar que esses são apenas sinais de alerta, e a identificação deles não significa necessariamente a existência de transtorno de linguagem oral e/ou aprendizagem. Caso a leitura desses tópicos gere alguma dúvida sobre o desenvolvimento do seu pequeno, mantenha a calma e procure uma fonoaudióloga ou um fonoaudiólogo. É só através de avaliações com um(a) profissional qualificado(a) que um diagnóstico pode ser dado de maneira ética e responsável!

Alguns sinais de alerta são1-3:

  • A criança não responde a sons, ruídos e vozes do ambiente ou apresenta incômodo incomum com sons altos;
  • Crianças que não atendem quando chamadas pelo próprio nome depois dos 6 meses de idade;
  • Bebês de 6 meses que não apresentam balbucio tendendo a ser crianças mais silenciosas;
  • A criança no período anterior às primeiras palavras não aponta ou tenta usar o gesto como suporte da comunicação;
  • O bebê por volta dos 3 meses não apresenta choros indistintos que se diferenciam, por exemplo, quando a criança está com sono, fome ou dor;
  • Até 1 ano não imita gestos convencionais como abanar para dar tchau e mandar beijos;
  • Por volta dos 6 meses de idade não apresenta interesse pelo meio e nem pelas pessoas, demonstrando baixa atenção nelas. Tem maior fascínio pelos objetos do que interesse por pessoas;
  • Antes de 1 ano ainda não apresentam gestos como forma de comunicação, como por exemplo, estender os braços para pedir colo;
  • Até 1 ano e 6 meses a criança não aponta e/ou mostra algo de seu interesse para o adulto, esse gesto, normalmente, é acompanhado pela realização de contato visual e vocalizações e sorrisos;
  • Ignora ou apresenta pouca resposta quando falam com ela e realiza pouca interação social. Confira O que é esperado por idade no desenvolvimento da linguagem oral?
  • Não começa interações e tem pouco interesse em continuar a comunicação. Fazem pouco contato visual e apresentam dificuldade em sustentar o olhar;
  • Apresentam dificuldade significativa em engajar-se em brincadeiras propícias para sua idade;
  • Ausência de fala na idade esperada, por exemplo, entre 12 a 18 meses a criança ainda não está falando nenhuma palavra e parece não interagir com as pessoas;
  • Não mostra, partilha, ou pede objetos, não compartilha atenção em um mesmo objeto junto com outra pessoa, mais ou menos dos 12 aos 18 meses. Por exemplo, se o adulto tentar brincar com um brinquedo junto com a criança ela não irá focar sua atenção no brinquedo, assim como não terá a iniciativa de começar a brincadeira;
  • A criança perde habilidades que já tinham sido adquiridas, como o balbucio, fala, gestos de apontar, contato visual ou sorriso social;
  • O bebê ou a criança apresenta irritabilidade no colo, não aceita bem toques e durante amamentação há poucas trocas entre a mãe e bebê;
  • Dificuldades para se comunicar e expressar suas vontades através da linguagem oral, mesmo já falando ou produzindo frases;
  • Fala incompreensível aos quatro anos (com muitas trocas de sons) e substituições de sons na fala, as quais estão presentes após os 4 anos;
  • Quando a criança já está falando, apresenta a ordem das palavras alterada.

Sinais de alerta referentes à linguagem escrita:

Além dos sinais de alerta relativos à comunicação oral, devemos ficar atentos também ao desenvolvimento e aquisição da linguagem escrita. Caso perceba algum desses sinais no seu filho(a) converse com a escola e não hesite em procurar um fonoaudiólogo para uma avaliação. Abaixo estão alguns dos sinais de alerta para as dificuldades de aprendizado4,5!

  • Criança que apresentou um atraso no desenvolvimento da linguagem ou comunicação;
  • Diagnóstico de Transtorno fonológico;
  • Dificuldade para aprender e se lembrar das letras;
  • Produção escrita e a leitura são incompreensíveis;
  • Dificuldade para ser alfabetizada;
  • Confunde letras que se diferem apenas pelas orientações espaciais, por exemplo, p e q, b e d;
  • Faz confusão com para grafar letras que têm sons parecidos: /g/ e /j/; /d/ e /t/ e /b/ e /p/;
  • Inverte sílabas ou letras ao escrever;
  • Faz substituição por palavras parecidas na escrita, como trocar contribuiu por construiu;
  • Omite ou adiciona letras ou sílabas na redação, por exemplo: caneta → caeta; computador → comnputador;
  • Dificuldade em se expressar por textos escritos, organizar e produzir redações;
  • Leitura lenta, imprecisa, realizada com esforço e sem entonação adequada;
  • Quando lê frequentemente tenta adivinhar as palavras do texto (troca por palavras parecidas);
  • Apresenta dificuldade na soletração;
  • Dificuldade para compreender o texto após leitura;
  • Dificuldade para aprender novos idiomas;

REFERÊNCIAS

1 – Panes ACS, Corrêa CC, Maximino LP. Checklist para identificação de crianças de risco para alterações de linguagem oral: nova proposta. Distúrbios da Comunicação[online]. 2018; 30(2):278-87.

2 – Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Brasília: Editora MS; 2014.

3 – Sociedade Brasileira de Pediatria Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento Transtorno do Espectro Autista. Manual de Orientação. 2019.

4 – Rotta NT, Ohlweiler L, Riesgo RS. Transtornos da aprendizagem : abordagem neurobiológica e Multidisciplinar. 2.ed. Porto Alegre : Artmed, 2016.

5 – Mousinho, R. Transtorno específico de aprendizagem – Dislexia. In: Marchesan IQ, Silva HJ, Tomé MC. Tratado das Especialidades em Fonoaudiologia.São Paulo: ROCA, 2016.

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